segunda-feira, 20 de junho de 2011

A prostituição da educação - Por 1 Real

Em certos momentos da nossa carreira sempre encontramos obstáculos, e como todo profissional que se preza, nosso dever é superar esse obstáculo. Com um professor não poderia ser diferente.
Depois de participar da formação de algumas turmas da EJA de ensino fundamental, ao conversar com alunos pela rua, eles comentaram sobre a mudança de aspectos que sentiram nos novos professores de história que encontraram na EJA de ensino médio. Certa vez estava conversando com uma senhora que foi minha aluna e ela conversou sobre como eu “transformo a aula em uma papinha para ficar fácil de digerir”. Hehehe… levei algum tempo refletindo sobre o motivo desse meu comportamento. Cheguei a pensar: Meus Deus!! Eu sou um imbecil?
Se a resposta for sim, gostaria de saber que tipo de imbecil eu sou. Mas… segui minha vida adiante e em certo dia parei para pensar sobre o que eu estava fazendo da minha vida e cheguei à conclusão que o meu propósito estava correto. O problema é o meu método.
Assim… lembrei-me de uma aula sobre o feudalismo e a dificuldade que eu estava enfrentando par explicar sobre a descentralização do poder que o feudalismo impôs na Europa. Fiz um desenho de uma bola, que seria o meu mapa, e dividi em diversos quadrados a área da bola, cheguei a dividir em fatias de pizza perante o desespero. O objetivo de cada área seria representar o feudo de um Sr. Feudal, e todas os pontinhos marcados dentro da repartição representava um senhor feudal, assim os pontinhos deveriam obedecer ao Rei que era o suserano deles, o ponto central e maior, mas na verdade, o real poder estava nas mãos do Sr. Feudal que era ele quem mandava no feudo, sem consultar o rei em hipótese alguma.
Confesso que a aula estava difícil… tentei desenhar melhor, fazer símbolos, desenhar espadas e coroas no quadro, quase cantei e dancei e nada…. aí… fiz diferente:
- Vocês tão vendo esse desenho aqui?
- Sim!
- Esse daqui é o morro… e ele é cheio de boquinhas de fumo.
- Tá!
- Quem manda no morro é o grande trafica certo?
- Certo!
- Mas é na boquinha de fumo que tudo acontece. E quem manda mesmo na boquinha de fumo é o chefe da boca. O trafica nem sabe o que rola aqui!
- Aaahhh!
- Viram? O poder está descentralizado!
- AH! Agora sim...
Minha nossa… eu sei foi antipegagógico, antiético, imoral, ilegal, e... e... eu prostituí a educação… e barato… não cobrei mais de um real por esse pensamento… e depois… ainda quero criticar os editores dos livros de geografia que dividiram o controle do Rio de Janeiro por área de influência das quadrilhas… hahahahaha…

Não acredita em mim? Acessa o link abaixo!



Vera Barroso, nossa orientadora na FAPA, em Porto Alegre, foi um prazer revê-la aqui em Pinhal

A informação Globalizada



       A tecnologia global é fascinante... é ágil... e é viciante. Lembro-me do tempo em que para fazer  uma pesquisa sobre baleias, era necessário ter uma  ou mais enciclopédias em casa. As ideais eram a Barsa, a Delta Larousse... eu nunca tive acesso à  elas fora da escola. Mas quando precisei copiei um texto enorme sobre energia, com dados sobre conservação de energia, E = MC2, vetor, e uma quantidade imensa de dados que até hoje, 15 anos depois não faço ideia. Hoje, temos acesso através do celular mesmo, a paginas em protocolo wap, através da banda larga em casa à infinitos sites de pesquisa... para quem isso não significa nada, ainda podemos em casa mesmo, ter nossa própria impressora, escancear e copiar livros, gravar do computador o que passa na televisão, colocar o computador em contato com outros computadores (o que é perfeito para jogar vídeo game e perder tempo) e expressar nossos sentimentos mais profundos em 125 caracteres (sim, isso na mesma mensagem não dá nem para explicar por que você está chegando atrasado no trabalho) e mais N outras formas de conectar-se que foram inventadas desde a primeira vez que criei esse texto (e olhe que ele não é antigo!). Então: como trabalhar toda essa informação de uma vez? Se formos analisar do ponto de vista da facilidade, os fios da imagem não seriam mais necessários, pois inventaram as redes wireless, mas se olhar as infinitas possibilidades de conexões através de uma bagunça de fios. Como você se organizaria para trabalhar  tanta informação e tanto conhecimento? Se você sabe essa resposta, escreva um livro, você vai ficar rico! Ops... livro não... vai logo de uma vez paro o e-book... e depois  volte ao início do texto. Pois você está desatualizado caro amigo... essa é a mais pura verdade.

“Assistimos perplexos a um distanciamento cada vez maior entre educação e formação, principalmente na educação dos jovens. Crianças e adolescentes recebem oceanos de informações prontas, desconexas, e muitas vezes fúteis, que são incapazes de processar e integrar em um projeto de crescimento em conhecimento e sabedoria. A informação não é formação. O simples acúmulo de informações, onde o raciocínio não tem lugar e a reflexão ética não encontra espaço, está longe de contribuir para forjar a personalidade e nortear a vida.
As considerações precedentes são apenas um exemplo para ilustrar a questão da globalização, mas um exemplo significativo do paradoxo da evolução das comunicações em relação aos ideais da cultura humana.
 A revolução nas comunicações promove a globalização e representa um avanço para a integração mundial. Apresenta, entretanto, como contrapartida, um desafio e um risco. Quando o acesso à informação se torna um fim e não um meio, a pessoa pode empobrecer-se tanto em aquisição de conhecimento, ciência, que só é possível adquirir pelo estudo, quanto na procura e conquista da sabedoria, que é um saber em profundidade, essencial, alcançado pela reflexão e muito distante do simples acúmulo de dados.
Concluindo, a globalização é um processo que se inicia com a comunicação. O advento da globalização traz inúmeras vantagens, porém apresenta sofismas e desafios. A análise desse processo exige reflexão. A comunicação e a ponta do iceberg. A comunicação favorece o relacionamento econômico, o diálogo político e tem um papel importante também cultural e em termos de valores. Para ir ao âmago da globalização é preciso analisar não só a comunicação, mas também a economia, a política e os valores”.
José Maria Rodríguez Ramos
Publicado em 15 de março de 2006
http://www.cieep.org.br/index.php?page=artigossemana&codigo=292


"o mundo glogalizado é como uma água viva, girando nas ondas do mar, quem não se informar sobre ela, será ferido, quem se informar, sabe que tudo faz parte do grande mar"